quarta-feira, 18 de maio de 2011

Engenharia Aeroespacial na USP - São Carlos?

Com o crescente interesse dos políticos brasileiros pelo cenário internacional e por conseguir uma posição de maior poder frente aos líderes mundiais, nosso foco tem se voltado cada vez mais para assuntos, por assim dizer... estratosféricos.

O impulso por adquirir maior conhecimento aeroespacial em solo brasileiro vem tomando gradativamente características de uma corrida, facilmente relacionável à corrida espacial e armamentista que se deu entre EUA e URSS logo após a Segunda Guerra Mundial, pela urgência de se mostrarem superiores a seus rivais.

Mas, em nosso caso, seria uma corrida política, principalmente em busca da tão sonhada cadeira na ONU, pela qual nosso ex-presidente Luis Inácio chegou a se aproximar de regimes militares e ditadores que duram décadas - especialmente na África - e aos quais se oporia veementemente em qualquer outro contexto.

Como bem expôs o site Mídia sem Máscara à época,

A diplomacia de Lula quer tomar assento na cadeira permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, a ONU, não medindo, para atingir tal objetivo, os pesados gastos no aliciamento de votos de paises subdesenvolvidos e, o que é pior, a assunção de compromissos externos não apenas descartáveis como sobejamente desaconselháveis. Pois se de um lado sabe-se que ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU custa dinheiro (muito acima dos US$ 28 milhões anuais pagos pela chancelaria brasileira, tendo em vista os gastos com “missões de paz” e o envio de tropas como as que foram feitas, por exemplo, ao Haiti, com orçamento acima de US$ 100 milhões), por outro lado se tem como certo que a veleidade de “influenciar efetivamente os destinos do mundo” – em especial quando são mínimas as condições de segurança aqui mesmo, no Brasil – significa o ingresso fatal num universo ostensivamente bélico, dispendioso e quase sempre banhado em sangue, suor e lágrimas.

É nesse atual contexto que surge um projeto na USP para criar a especialização em Engenharia Aeroespacial, de início como extensão do curso de Engenharia Aeronáutica, para "testar o terreno", no caso, o espaço.

Nada contra. Aliás, muito pelo contrário, conhecimento é sempre bem-vindo nesses termos. E é claro que há, sim, interesse de mercado nessa área, campo inclusive que vem crescendo cada vez mais. Só é preciso analisar sempre o que cada questão implica e os objetivos subentendidos de cada proposta.

Link para matéria no Estadão:
Com ajuda de astronauta, USP quer formar engenheiros aeroespaciais

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