sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Infinito Estelar: As Constelações


 Uma constelação é um grupo de estrelas perto o suficiente para ter a aparência de uma figura imaginária.  No céu, as estrelas de uma constelação estão muito distantes umas das outras, mas aparecem agrupadas em números. As constelações ocidentais são agrupadas em duas partes, dividindo o céu em mais ou menos os dois hemisférios terrestres, o céu do sul para o sul e norte do céu ao norte.


  1930: a União Astronômica Internacional divide o céu em 88 constelações com fronteiras precisas.

Cada direção no céu pertence a uma (e apenas uma) delas.

 As novas constelações foram definidas e batizadas, sempre que possível, seguindo a tradição proveniente da Grécia antiga, e seus nomes oficiais são sempre em latim. Surgiram na antiguidade para ajudar a identificar as estações do ano. Alguns historiadores suspeitam que muitos dos mitos associados às constelações foram inventados para ajudar os agricultores a lembrarem quando deveriam plantar e colher.

 As estrelas de uma constelação só estão aparentemente próximas na esfera celeste, pois na verdade estão a distâncias reais diferentes. São desenhadas nas representações com tamanhos diferentes para representar brilhos diferentes.

  Órion, o caçador Órion, por exemplo, é uma constelação do equador celeste, reconhecida em todo o mundo, por incluir estrelas brilhantes e visíveis de ambos os hemisférios.

 A constelação tem a forma de um trapézio formado por quatro estrelas: Betelgeuse (Alpha Orionis) de magnitude aparente 0,50, Rigel (Beta Orionis) de magnitude aparente 0,12, Bellatrix (Gamma Orionis) de magnitude aparente 1,64 e Saiph (Kappa Orionis) de magnitude aparente 2.06.

 É uma constelação fácil de ser enxergada pois, dentre as estrelas que a compõem, destaca-se a presença de três, Mintaka (Delta Orionis) de magnitude aparente 2,23, Alnilam (Epsilon Orionis) de magnitude aparente 1,70 e Alnitak (Zeta Orionis) de magnitude aparente 2,03, popularmente conhecidas como "As Três Marias", que formam o cinturão de Órion e estão localizadas no centro da constelação.

Nesta constelação também encontra-se uma das raras nebulosas que podem ser vistas a olho nu, a Nebulosa de Órion, que é uma região de intensa formação de estrelas.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

As estrelas na base 10

"Há alguns (...) para quem o número de (grãos de) areia é infinito (...) Há outros que, mesmo sem considerá-lo infinito, acham que ainda não foi definido um número que seja bastante grande (...) Mas vou tentar lhe mostrar números que não só superam o numero da massa de areia necessária para encher a Terra (...) mas também o da massa equivalente à magnitude do Universo." Arquimedes (cerca de 287-212 a.C.)

Com essa citação começa Sagan o primeiro capítulo do livro, introduzindo-nos à noção dos números muito grandes que classificam o Universo. São números enormes, que muitas vezes causam confusão ao espectador mais desatento. Mas o entendimento de tais números se facilita muito quando utilizamos potências de dez para expressar as informações. O vídeo a seguir nos dá uma ideia básica da relação entre as potências de dez e as dimensões do mundo:

 

Em meio a tantos números astronômicos, é evidente que nossa imaginação se perde em especial ao imaginar as grandezas que o universo nos esconde. Em uma galáxia típica, por exemplo, há centenas de bilhões de estrelas, sendo que há mais de 100 bilhões (10¹¹) de galáxias no universo observável. Em 2010, os astrônomos estimaram que há pelo menos 300 sextilhões (3 × 10²³) de estrelas no universo observável.

A estrela mais próxima da Terra é o Sol, que é a fonte da maior parte da energia do planeta. Outras estrelas são visíveis da Terra durante a noite, quando não são ofuscadas pela luz do Sol ou bloqueadas por fenômenos atmosféricos. Depois do Sol, vem Proxima Centauri, distante 39,9 trilhões de quilômetros, ou 4,2 anos-luz. Viajando-se à velocidade orbital do ônibus espacial (8 km/s, quase 30.000 km/h), levar-se-iam cerca de 150.000 anos para atingi-la.



Historicamente, as estrelas mais importantes da esfera celeste foram agrupadas em constelações e asterismos, e as estrelas mais brilhantes ganharam nomes próprios, e são classificadas de acordo com sua magnitude. Quanto menor o número da magnitude, mais brilhante é a estrela. As estrelas mais brilhantes têm números de magnitude negativos.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Sagan e as Ciências


Em 1939, um menino de 5 anos foi com os pais à feira mundial de NY ver uma exposição sobre tecnologias do futuro.
Já adolescente, entrou numa biblioteca na mesma cidade e pediu um trabalho sobre estrelas e recebeu um livro com fotos de atrizes; teve que explicar que estava falando do céu.
Em 1951, graças a uma bolsa de estudos, foi admitido na Universidade de Chicago. Nove anos depois, já Doutor em astronomia e física, foi assistente no laboratório do geneticista J. Muller, Nobel de 1946. Nos anos 60, dava aula nas melhores universidades americanas. Em 1968, a Universidade de Cornell pôs à sua disposição um laboratório de estudos espaciais onde ficou até morrer. Como conselheiro da Nasa, projetou experimentos cruciais em praticamente todas as expedições das sondas Mariner, Viking, Voyager, além de assessorar as expedições da Apolo rumo à Lua. Chegou a ser preso em Nevada, numa manifestação de protesto contra testes nucleares. Também era contrário à construção de ônibus espaciais, à ideia de colocar estações espaciais em órbita e ao projeto “Guerra nas Estrelas”, cujo objetivo era armar satélites com artefatos nucleares.
Ir à Lua para ele foi uma bobagem. Questionou missões tripuladas da nave Apolo, nas quais, além de caras, o objetivo era apenas derrotar os soviéticos na corrida espacial. Combatia a crença em discos voadores. A chance de um ser inteligente visitar a Terra é zero, já que, se existem civilizações tecnológicas além da nossa, devem ser raríssimas e, afinal, “diante das imensas distâncias cósmicas, seria o cúmulo da coincidência duas delas se encontrarem”.

origem: Mega Biografia – Carl Sagan http://pt.shvoong.com/exact-sciences/astronomy/1818106-mega-biografia-carl-sagan/#ixzz3kk2JaKv7


A história acima relata a vida de Carl Sagan, autor de, entre outros, "Bilhões e Bilhões", livro publicado um ano após sua morte, em 1997. Composto de 19 capítulos independentes, o livro fala sobra a vida e a morte, tanto dos indivíduos quanto dos corpos celestes e do Universo, antropologia, meio ambiente, medicina, ética etc.


A obra pode ser contextualizada com o novo paradigma dominante, que atualmente se estende sobre toda a ciência moderna, o modelo da racionalidade. Constituido a partir da revolução científica do século XVI, estendeu-se nos séculos seguintes em particular na área das ciências naturais, e somente no século XIX passou a abranger as ciências sociais, transformando-se em um modelo global de racionalidade científica que, segundo Boaventura de Sousa Santos, "admite variedade interna, mas [...] se distingue e defende [...] de duas formas de conhecimento não-científico (e, portanto, irracional) potencialmente perturbadoras e intrusas: o senso comum e as chamadas humanidades ou estudos humanísticos."


O intuito deste blog, portanto, é abordar e discorrer sobre os diversos temas tratados na obra "Bilhões e Bilhões", relacionando-os aos aspectos da ciência pós-moderna e à realidade do mundo perante o complexo emaranhado de conhecimentos científicos que surgem a toda hora por toda parte.